35. Reflexões sobre o Totemismo 

Ementa do episódio


O fenômeno do totemismo
A lógica totêmica
Totemismo e mito
Totemismo e publicidade


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35. Reflexões sobre o Totemismo

Sobre a lógica totêmica

O que poderia haver em comum entre o Totemismo e a sociedade de consumo?

O fenômeno do totemismo foi uma das primeiras manifestações culturais analisadas pela nascente antropologia no século XIX e que despertou um grande debate acerca da condição humana. 

Inicialmente foi identificado como uma manifestação religiosa, fundada num misticismo pueril e irracional. As sociedades então chamadas "totemistas" foram classificadas como intelectualmente indigentes, estando na "infância mental da humanidade".

Como reação a esta visão etnocêntrica, o funcionalismo identificou no totemismo um princípio de classificação que atenderia a uma função de organização social.

Estas visões foram questionadas pelo estruturalismo que enxergava no fenômeno uma organização do pensamento que manifesta uma sofisticada lógica simbólica que, abusando da linguagem figurada, tematizava a relação Natureza e Cultura. 

Dos estudos sobre Religião, passando pela psicanálise, a epistemologia e a ontologia, o totemismo tem sido um fértil terreno para se pensar diferentes aspectos das culturas humanas. 

A partir dos anos 1980, antropólogos como Marshall Sahlins, Everardo Rocha e Roberto Da Matta, mostraram que, guardadas as devidas proporções, intensidades e formas, o totemismo está muito presente nas sociedades urbanas e industriais.

Utilizaram os princípios do totemismo para analisar aspectos simbólicos do sistema capitalista, como a publicidade e o consumo. 

Desta forma, o fenômeno extrapola as chamadas sociedades tradicionais - onde ele foi identificado e analisado inicialmente - e se revela igualmente presente, de forma ressignificada, reelaborada e atenuada, em nossa sociedade industrial.

Afinal, o que é o fenômeno do totemismo e qual sua importância para as ciências humanas, e a antropologia em particular?  O que ele fala sobre nós, seres humanos?  É um fenômeno cuja abrangência se circunscreve às sociedades onde ele foi documentado de forma plena, ou ele encontra ecos e reverberações em nosso mundo urbano e industrial contemporâneo? 

São alguns aspectos pensados neste episódio.

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Sugestão de Leitura: 

ACHIMASTOS, Myron. Durkheim et Frazer: un débat sur le totémisme. L’Année sociologique, v. 62, n. 2, p. 313-327, 2012.

DURKHEIM, Émile. Sobre o totemismo. São Paulo: Edusp. 2021. 

GOSWAMI, Manash Pratim. Totemism and Tribes: A study of the concept and practice. Adroitic, v. 3, p. 72-74, 2018.

LÉVI-STRAUSS, Claude. O totemismo hoje. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural. 1975.

LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1975.    

ROCHA, Everardo. Totemismo e mercado: notas para uma antropologia do consumo.  Comunicação e espaço. Rio de Janeiro, UERJ. v. 3 n. 2 (1996). 

ROCHA, Everardo P. Guimarães. Magia e capitalismo: um estudo antropológico da publicidade. Brasiliense, 1985.

SAHLINS, Marshall. Cosmologias do Capitalismo: o setor transpacífico do sistema mundial. Religião e Sociedade. 1992. 
 

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