21. Identidade
Sistema semiótico
Segundo Lília Schwarcz, as identidades são construções sociais, poderosos marcadores sociais de diferença que operam sempre de maneira relacional e nunca absoluta. Ou seja, identidades são definidas por contraste, apresentando-se por oposição a outras categorias de referência. Esta ideia, originária do pioneirismo de Frederik Barth, é o fio condutor desta reflexão.
Aqui, minha proposta é não somente trazer e problematizar esta perspectiva relacional, mas adicionar a ela uma leitura das identidades como sistema semiótico (no sentido dado por Roland Barthes aos mitos), na medida em que, conforme Kwame Appiah, elas se valem de rótulos (palavras) para existirem.
Também, tomando a ideia de "comunidades imaginadas", de Benedit Anderson, proponho uma leitura das identidades estreitamente vinculadas ao imaginário, fato que lhes confere consistência e força.
Sugestão de Leitura:
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
APPIAH, Kwame Anthony. The lies that bind: Rethinking identity. Profile Books, 2018.
APPIAH, Kwame Anthony. "Identidade como problema". In: SALLUM JR., Brasílio et all. Identidades. São Paulo: Edusp. 2016.
BARTH, Fredrik. Ethnic groups and boundaries: The social organization of culture difference. Waveland Press, 1998.
BARTHES, Roland. Mitologias. Siglo XXI, 1999.
BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2005.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2005.
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(Produção: Fred Lucio)
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