24. Etnocentrismo
Nossas ideias sobre o outro centradas em nós
O etnocentrismo pode ser entendido como a disposição de nós enxergarmos o mundo a partir do esquema conceitual e de valores do nosso próprio grupo.
Em linhas gerais, é uma postura que interpreta o mundo e a realidade tomando como ponto de partida a ideia de que a cultura e o lugar do observador como sendo a referência. Consequentemente, a tendência é tomá-la como superior à realidade cultural que está sendo observada e todas as demais são classificadas como estranhas, bizarras, esquisitas.
Segundo o antropólogo britânico Edmund Leach, o etnocentrismo é uma extensão, no plano coletivo, do mecanismo de construção do egocentrismo, que opera no plano individual. E, segundo o antropólogo brasileiro Everardo Rocha, o etnocentrismo opera num duplo plano de nossas relações: no plano intelectual (formando e consolidando valores de referência para nosso comportamento) e no plano emocional, quando esses valores despertam em nós sentimentos em relação ao "outro".
Pode-se compreender o etnocentrismo como um modo de ver e se relacionar com o “outro”, com o diferente. Por isso, relaciona-se muito diretamente com o conceito de Alteridade.
Neste episódio é feita uma reflexão sobre os fundamentos do Etnocentrismo, problematizando o radical "ethnos" que forma a palavra e tecendo algumas considerações preliminares sobre o conceito de cultura.
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Sugestão de Leitura:
ROCHA, Everardo P. Guimaraes. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1988.
DE BARROS LARAIA, Roque. Cultura: um conceito antropológico. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 1986.
LEACH, Edmund. "Etnocentrismo". IN: Anthropos/Homem. Enciclopedia Einaudi. Vol. 5. Lisboa. Funcação Kalouste Gulbenkian.
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(Produção: Fred Lucio)
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